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Trechos Selecionados do livro A Grande Batalha de Pietro Ubaldi

Abolir as leis sobre a escravidão é relativamente fácil e rápido. O que é difícil e muito lento é abolir o instinto escravagista, que pode subsistir por séculos, mesmo depois que tiverem sido abolidas aquelas leis. No primeiro caso trata-se de um fato jurídico-social, apenas uma mudança de posições diante das leis humanas. No segundo caso trata-se de um fenômeno biológico, de maturação evolutiva que tem de chegar a transformar os instintos: processo lento, de elaboração profunda, difícil de conseguir e só alcançável pela educação dos séculos.(P. Ubaldi - A Grande Batalha)

A escravidão do mundo foi abolida apenas formalmente, nas leis, mas continuou no instinto humano, em relação a qualquer indivíduo, desde que pareça mais fraco: escravidão moral, econômica, política etc., de forma civilizada, com cadeias invisíveis, mas nem por isso menos fortes. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Em todas religiões, se olharmos o modo de agir dos homens, e não o que professam, o mundo não dá prova de verdadeiro ateísmo? (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Amor e dor. Amor é a lei de Deus, com que na origem, estava feita a criação. Dor é impulso oposto, negativo, introduzido pela criatura rebelde com a sua revolta. Constituem eles as duas leis opostas, do Sistema e do Anti-Sistema. São seus símbolos as duas traves que formam a cruz: a horizontal, estática, negativa em face da ascensão, feita para apoiar-se, representando a dor, lei do Anti-Sistema; a vertical, dinâmica, positiva como ascensão, feita para subir em direção ao céu, representado o amor lei do Sistema. Os dois encravam-se unidos na mesma cruz, firmando o que é a inexorável lei da evolução: sacrifício. Por isto, sobre o mundo rebelde, eleva-se a cruz como símbolo de salvação, porque só com a própria crucificação a humanidade poderá salvar-se. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Ora, não é possível a ensinar a um involuído, pretendendo que ele aprenda o que deve aprender, apenas com demonstrações e exortações, apelando para a inteligência ou bondade que ele não possui ainda. Nesse caso, infelizmente, há apenas um sistema: o de deixar que o violador da lei sofra o dano resultante de seu erro. Isto pelo fato de que, naquele nível de evolução, se pode aprender somente a própria custa. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Na história, a vitória legitima tudo, porque é o vencedor o construtor da verdade, naturalmente sempre para sua vantagem e glória. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Nas grandes linhas, para as massas, compete ao tempo e à história, guiada por Deus, amadurecer o desenvolvimento da vida. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

O homem está, pois, na fase de transformação, ao longo da senda que o conduz do animal ao verdadeiro homem. Os instintos são animalescos, mas a eles sobrepõem-se religiões, leis ideais, normas éticas disciplinadoras da conduta, um mundo desconhecido pela animalidade. O homem é um ser que embora possua muitos pontos comuns com o animal, todavia pensa, acredita em princípios, olha para os ideais, coloca problemas e efetua pesquisas para conquistar o conhecimento. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Nunca vemos Deus intervir diretamente, manifestando-se nos eventos humanos, mas sempre através do concurso interposto por pessoas. Para poder descer do Alto, as forças espirituais necessitam de processos de transformação, de redução, que lhes permitam manifestarem-se em nosso plano de vida. Deus que é a causa imaterial de tudo, não pode manifestar-se diretamente no nível sensório de nosso mundo. Ele é causa e, como tal, não pode descer no terreno dos efeitos, mas somente manobrá-los da profundeza onde Ele está situado. Estes seus agentes exteriores que descem no campo da matéria, denominam-se instrumentos. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

De outro lado, o termo complementar do involuído é o evolvido. Aquele persegue este, mata-o depois rebela-se, mas o seu ponto de referência, seja mesmo em forma negativa, é sempre aquele, o evolvido. Quem blasfema contra Cristo, afirma sua existência e poder. Esta é a manifestação do inferior, ávido de destruição. É com a agressão que ele pode manifestar o seu maior grau de interesse. Sendo inferior, submergido no Anti-Sistema, o involuído é negativo e, sendo tal, assim como ama bestialmente com a violência, assim mesmo une-se com a revolta. É a sua maneira de expressão, conforme a sua natureza. O mundo está unido a Cristo para enganá-lo, traí-lo, explorá-lo, mas mesmo assim, a seu modo, está unido a Ele, que permanece sempre, para todos, tanto para quem o ama, como para quem o odeia, o termo de referência, a unidade de medida dos valores, o farol que indica o caminho, também para os que não querem andar. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Por vezes acontece, nestes casos, de usar-se um Evangelho invertido. Este, de fato, prega a paciência e o perdão, desarmando o homem no terreno humano. Coisa ótima para quem se move contra aquele, no mesmo terreno. Levanta-se então a bandeira do Evangelho por ser, este o melhor meio para desarmar o inimigo. E se este não se deixa assim desarmar, deixando-se esmagar, pode-se encontrar nisto uma nova razão para condená-lo, frente aos nobres e santos ideais que este, com, grande escândalo dos seus críticos, demonstra evidentemente não respeitar. Então, em nosso mundo, onde tudo pode ser invertido e falsificado, alcança-se este "esplêndido " resultado: o de que as virtudes e os ideais que deveriam tornar o homem melhor, vêm a ser usados como termo de confronto para mostrar os defeitos do próximo e para acusá-lo em causa disto. Tal é a natureza do involuído, tal é o seu instinto que ele procura satisfazer, tal é o caminho para o qual o impele o espírito de agressividade de que está saturado o seu ambiente, pelo que tudo, em suas mãos, torna-se arma de luta para vencer e dominar. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Quanta diferença há entre a beleza escultural do corpo de um atleta, de face obtusa e frente achatada, e o corpo frágil e esbelto de um sensitivo de olhar profundo e frente espaçosa! Eis a transformação que chega a mostrar-se até no plano físico! Este é, precisamente, o trabalho da evolução: transformar a força em inteligência. É dessa forma que nós explicamos o inverter-se da posição entre o involuído e o evolvido, isto é como no primeiro prevalece a força e escasseia a inteligência, e como no segundo domina a inteligência e é diminuta a força física. Assistimos, sem dúvida, a um processo de espiritualização, cujo verdadeiro sentido é este, amplíssimo, de desenvolvimento evolutivo. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Por que, em alguns países, ainda está em uso a blasfêmia? É uma prova de coragem que se pretende alardear, desafiando até a Divindade, é um descaramento da coragem. Onde esta é admirada, admira-se também a revolta, como prova de força. Como é possível pretender, nesse mundo, não busquem as religiões sua sustentação no terror da punição? Com tal instinto de revolta, se Deus não, fosse apresentado como poderoso e vindicativo, os homens; se pudessem, o devorariam. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

Quem procura verdadeiramente a virtude, a procura em si mesmo e não nos outros e, se a possui, não a exibe para honrar-se. Quando assim fosse não seria mais virtude, mas exploração da virtude, e quem a procura somente nos outros, dela faz um meio para figurar esplendidamente enquanto está esmagando o próximo. Este método é muito usado para conseguir honra de virtuoso, é muito barato, causa muito incômodo alheio mas bem pouco para si. O involuído é prático e utilitário, e é parte de sua lógica conseguir fruto de tudo. Pode-se tornar este método mais seguro e proveitoso, acrescentando, a pregação da virtude, o escandalizar-se de quem não a pratica, distanciando-se mesmo, com repugnância, dos pecadores. (P. Ubaldi - A Grande Batalha)

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