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Trechos do livro: "Problemas Atuais" de Pietro Ubaldi

As coletividades pensam e agem por sintonia, por correntes. Vemos que cada indivíduo olha mais ou menos em redor de si, para ver como os outros fazem, porque acha que a verdade é decidida pelo que a maioria pensa e faz e que erra aquele que não age como a maioria. Cada indivíduo, mais ou menos, tem em grande monta a opinião pública, torna-se escravo do julgamento do próximo, tende sempre a mimetizar-se com a cor dominante e a seguir a correnteza, pois apenas nela se sente aprovado e seguro. Bem poucos tem autonomia de julgamento. As massas funcionam com a psicologia do rebanho. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Na vida há uma Lei, que não é só o pensamento que dirige, mas é também vontade que impõe a sua atuação. Vontade fundamental desta Lei é o evoluir, porque o universo caído “deve” voltar à perfeição de Deus. Por isso se vive, por isso a insaciabilidade no subir representa o instinto fundamental da vida. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A virtude deve engrandecer a vida, desenvolvê-la e não sufocá-la. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Foram escritos muitos livros como este, que pregam belas coisas. Mas aqui oferecemos uma coisa nova e é a demonstração racional da vantagem de fazer o bem, assim como o grave dano pessoal de fazer o mal. Oferecemos, pois, ao leitor sábio, de um lado, a perspectiva real de uma vantagem e do outro de um dano para si. Conhecemos o homem e sabemos que estas são as únicas molas que o movem, os únicos impulsos a que obedece. Sabemos que esses livros, que falam de belos ideais, são depois explorados por homens camuflados de idealistas, para seus interesses. Muitas vezes aconteceu isto, e poderá ocorrê-lo também com este volume e com os demais da nossa obra. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Não se pode demolir o velho com agressão, para destruí-lo, pois tudo que existe quer viver e, se for agredido reage. O que é preciso é transformar o velho fazendo-o evoluir. Não se pode pretender sufocar a vida, nem se devem utilizar os princípios ideais para esmagar o próximo, para vencê-lo na luta pela vida, e para substituir-se a ele em posições vantajosas. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O nosso mundo assenta mais sobre sistemas do que sobre o indivíduo. Talvez tenha decaído a tal ponto a fé no valor do homem, que ela se reduziu a ter que prescindir dele, confiando só na perfeição do sistema, que deveria sanar tudo. Talvez tenha chegado o orgulho humano ao ponto de crer que uma organização perfeita e um sistema de normas, podem suprir a má qualidade da matéria prima, que é o homem. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Acredita-se hoje que se possa melhorar, alegando direitos. Não. Só se pode progredir através do esforço de cada um. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Não é verdade que se possam inverter, em nome do ideal, as leis de cada plano de vida, e ai de quem, acreditando-se homem de grande fé, subverte a ordem com leviandade. Quando estamos imersos em certo tipo de princípios e forças, porque esse é nosso grau de evolução, é orgulho e loucura pretender evoluir fácil e rapidamente. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Esteja atento, pois, quem se entrega ao poder da força, porque lhe não será deixado outro poder. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Logo que nasce um terror, surge, por equilíbrio, um contra-terror, e ambos tendem a matar-se reciprocamente, para serem auto-eliminados. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A política e o governo dos povos e exércitos será, pois o último dos setores sociais em que poderá penetrar a doutrina de Cristo, que hoje representa uma revolução biológica, porquanto significa a passagem a um plano de vida mais alto. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

No seio da vida nada é fátuo, mas tudo é sábio, até mesmo aquelas manifestações mais elementares que podem parecer tolas aos mais orgulhosos. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

As massas limitam a imitar as atitudes aparentes, e julgam que a santidade consista em jejuar ou dormir no chão, e que ela resida na pobreza, na castidade ou na humildade etc. não percebem que estes são apenas acessórios exteriores, o lado negativo da renúncia à terra, e não o lado positivo e verdadeiro da santidade. Mas o homem só vê a terra e concebe todo o universo em relação a esse único ponto de referência. Foi por isso que reduziu a paixão de Cristo particularmente à carnificina de um corpo, já que o resto se acha mais longe do seu mundo. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A solução do problema do bem-estar não se situa só na justiça econômica, mas em se reconhecerem todos os direitos do próximo, e esse são de muitos gêneros, e não apenas econômicos: consiste em deixar espaço vital suficiente para todos, sem sufocar ninguém. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Toda a culpabilidade, que a sociedade pune no desgraçado que caiu em seu laço e nele se deixou prender, é uma culpa da própria sociedade, que não devia permitir que se formassem aquelas tristes condições, em que forçosamente há de nascer a culpa. Quantos delitos se praticam impunemente cada dia, porque feitos com astúcia, e representam um choque que se transmite, caminha repercute, até que atinge as costas de alguém que o encaixa com sua derrota e então é condenado! (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Tanto nos países livres como nas ditaduras, a realidade biológica, feita de luta desapiedada de todos contra todos, é sempre a mesma. Em qualquer parte o peixe maior come o menor, o mais forte esmaga o mais fraco. A mesma coisa é feita em nome dos princípios e ideais mais diferentes. Por vezes pode reduzir-se a liberdade para os mais fracos, os vencidos, apenas à liberdade de morrer de fome. São gigantescas e tremendas coligações de interesses que regem o mundo. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Dada a psicologia anticolaboracionista em que se funda nossa economia, ela só pode ter uma fisiologia cancerosa, só pode ser economia de crise; como o é de fato. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A ferocidade na luta pela vida imprime traumas na psiquê, que se fixam na raça, com complexos congênitos de inferioridade. Formam-se assim pontos fracos que depois investem também contra o terreno orgânico, criando focos de vulnerabilidade que constituem as portas abertas para as doenças. Cada erro se paga: mesmo este da desorientação espiritual. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A saúde não se conquista com o produto farmacêutico, mas com um regime são de vida, fornecido pela compreensão de suas leis e a obediência a elas. A saúde é um estado de equilíbrio que só pode ser conquistado pelo esforço do autodomínio, para manter-nos disciplinados na ordem, tanto espiritual como material. E uma medicina enferma de analitismo, de microbismo, de laboratorismo, etc., não poderá de modo algum, por meio da indústria farmacêutica, realizar o milagre do absurdo de curar um público de doentes desorientados, ignaros das regras do sadio viver. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Os micróbios são muitas vezes efeito, e não causa da doença, são o ponto de chegada, e não o de partida dela. Há aqui um erro de perspectiva psicológica. Não existem na natureza antagonismos, mas integrações. A doença em geral está na constituição do indivíduo, suas raízes mergulham no terreno orgânico do sujeito. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Não é o micróbio que atenta à vida celular, mas é a célula organizada que, desorganizando-se, decompondo-se e dissolvendo-se, permite ao micróbio viver e cumprir sua função cósmica proteolítica. Nada há de funesto e mortal nas coisas da natureza. A doença muitas vezes é uma experiência de salvação e a morte é a passagem a outra forma de vida. As próprias doenças epidêmicas, como peste e cólera, são conseqüências da resposta do organismo às causa patogênicas. Assim não fora, numa epidemia deveria perecer a totalidade. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O princípio da caça ao micróbio não resolve. Observe-se apenas o fato de que ele se habitua e, circulando qual patrimônio comum a todos, requer, para ser abrandado e debelado, uma dose, sempre mais forte da substância com que o queríamos eliminar. Seria indispensável maior respeito às leis da natureza, evitando intervenções violentas e diretas. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Célula e átomo são unidades constituintes elementares do mundo orgânico e do inorgânico, igualmente cindidas e reunidas, em seus dois elementos componentes, inversos e complementares, sempre positivos e negativos. Assim o átomo é regido e animado pela coesão de duas partes antagônicas que o compõem: a carga eletronegativa ou magnética e a carga eletropositiva ou radioativa. Por sua vez, a célula, outro equilíbrio por compensação dos contrários – uma espécie de átomo orgânico – tem diferente do átomo inorgânico, o núcleo carregado eletro-negativamente, e a massa protoplasmática carregada eletro-positivamente. Essa inversão de carga elétrica entre o mundo inorgânico e o orgânico é o ponto nevrálgico da biologia. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O fato de que o câncer aumenta à proporção que nos afastamos da vida sadia segundo a natureza, numa sociedade também espiritualmente corrompida, o fato de que ele aumenta com a corrupção desta, faz pensar que o câncer seja o resultado de um desconjuntamento dos ritmos vitais e exprima um estado patológico de todo o complexo humano. Seu modo de comportar-se faz pensar, de acordo com a lógica que até aqui desenvolvemos, em um relaxamento do poder diretivo central, que é espiritual e, por conseguinte, um regresso involutivo dos elementos que compõem sua veste corpórea. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O funcionamento e a estrutura das células se ressentem de estados de ânimo prolongados, habitudinários, que tendem a imprimir-se nelas, projetando as próprias deformações do plano espiritual até o plano orgânico. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Devemos admitir identidades fundamentais de qualidades entre espírito e organismo, e que este último represente a verdadeira expressão do primeiro no plano físico. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O todo é coligado e fundido num monismo absoluto, ou seja, é estritamente unitário, reduzível a uma fórmula única e constituído por um só organismo em que se coordenam todos os fenômenos mais díspares, desde os do mundo físico aos do mundo moral. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Deus é lógico, opera logicamente, e o universo é uma construção lógica, um organismo racionalmente funcionando. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O Universo costuma funcionar por ciclos e retornos, e nunca por bruscas inovações, muito menos por formação imediata de elementos novos, mas só por lenta transformação dos já existentes. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

Vive-se para aprender e só o aprender valoriza o viver. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A teoria da criação da alma no nascimento é estritamente individualista e ignora o importantíssimo aspecto coletivo da vida, que considera cada um como uma célula de organismos étnicos muito mais vastos. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

O inconsciente – que não é falta de consciência, mas só uma consciência diferente, interior, subterrânea, que trabalha sem nada dizer à consciência normal, de vigília; uma consciência profunda, que está em contacto com as leis da vida e com o pensamento diretivo dela. É essa outra consciência, muito mais vasta que a cerebral, de superfície, a que dirige a nossa existência cotidiana, à qual estão confiadas as maiores atividades e diretivas da vida. [......] É ela que transmite ao normal consciente, sob a forma de julgamentos sintéticos, axiomáticos, de impulsos instintivos, as suas conclusões. Quando devem estas transformar-se em ações, o impulso deve transportar-se do centro espiritual da alma ao centro cerebral do corpo, e só então o eu se torna sabedor, na forma de consciência normal. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

A central do eu é transmissora e receptora. Sem os sentidos, não poderia o espírito ler as mensagens que através deles lhe manda o mundo externo. Se o espírito não fosse transmissor, não poderia enviar para o exterior, através dos órgãos de seu corpo, as suas reações. À alma desencarnada, faltam os meios para perceber nosso mundo como o percebemos nós, para fazer-se perceber por ele e para agir sobre ele. Tudo isto é tão simples e evidente que a técnica humana reproduziu vários desses instrumentos e deles se serve. Mas não sabe reproduzí-los ainda todos. Reproduzindo ainda outros, poderá fazer descobertas técnicas. E vice-versa, reproduzindo artificialmente os que já sabemos imitar, será possível suprir à falta dos órgãos físicos e assim, curar doentes em que esses órgãos se estragaram. Enfim, quando se conhecer toda a técnica da estrutura dos meios sensórios e seu funcionamento até a central espiritual e os meios de conexão com esta, será possível chegar a fornecer os meios de percepção e expressão em nosso mundo sensório às almas desencarnadas. Será então derrubado o muro que nos divide com o além. (P. Ubaldi – Problemas Atuais).

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