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INTRODUÇÃO ÀS PALESTRAS

Pietro Ubaldi

1951

     Excelentíssimos senhores representantes das autoridades eclesiásticas, civis e militares. Excelentíssimos senhores representantes de sociedades espiritualistas e espiritistas. Excelentíssimas senhoras. Meu senhores.

    Agradeço- vos pela atenção com que cortesmente quisestes distinguir-me. Embora grande parte de meu pensamento já seja conhecido no Brasil, onde já se difundiram livros e opúsculos de minha autoria, eu me proponho hoje a vos expor diretamente, de viva voz, em vossa língua, os acontecimentos espirituais que me trouxeram à vossa terra, na atual fase de maturação de meu destino.

    Com esta excursão ao Brasil, para realizar conferências, inicio o último e conclusivo período de minha vida. Nasci em 1886, e conto agora 65 anos de idade. Meus primeiros vinte anos dediquei-os ao trabalho de desenvolvimento de meu organismo físico e da cultura intelectual, que os tempos exigem. Formei-me em jurisprudência, em Roma, aos vinte e dois anos; estudei música durante dez anos, assim como francês, inglês, alemão e, depois, durante oito anos, latim e grego.

    Completado esse primeiro período, ingressei na vida prática, para logo perceber que ela refletia um mar de dores, em um mundo inferior. Compenetrada dessa verdade, minha consciência sentiu-se como que aterrorizada. Empreendi, então, um trabalho intenso, durante vinte anos, que representam o segundo período de minha vida. No curso desse período, castigou-me atrozmente a luta pela existência. Agredido pelos mais inferiores elementos sociais, em tudo quanto representava a base de minha vida, experimentei ao extremo a sensação de achar-me em contato com uma raça involvida e feroz, de cujos instintos não podia minha alma partilhar, inclinada como era por natureza ao Evangelho.

    Terrível foi o choque, do qual saí materialmente mal. Sob o aguilhão da dor, perguntei a mim mesmo se seria possível evadir-me dessa situação pela morte. Depressa, porém, compreendi que a vida é regida por uma lei, perante a qual tudo tem uma significação e uma finalidade. Só quem sofre interroga: porquê? Quem goza não se preocupa em indagar das causas de suas alegrias. Assim, comecei por formular a mim mesmo a grande interrogativa: porque viver? Porque sofrer? Onde se oculta a causa de nossas dores? Quais as mais altas finalidades da vida, e como atingi-las? Admirava-me de que meus semelhantes ignorassem coisas tão fundamentais e de que pudessem viver sem sabe-las. A eles bastavam os instintos, baseados em impulsos de luta e cobiça. Quanto a mim, não os possuía, nem me iludia com as miragens terrenas. Nesse período sofri toda espécie de golpes que ao semelhante aprouve desferir-me, porquanto me achava, por instinto, evangelicamente desarmado. Tive a sensação de haver nascido no inferno.

    Passaram-se assim, aproximadamente, vinte anos de sofrimento. Nada percute tão fundamente a alma quando a dor. Indagava da minha razão, na falta de outros meios. Chegado aos quarenta e cinco anos, decidi-me a abandonar a casa, as comodidades da riqueza herdada, a família e seus afetos, para ir ganhar a vida em remotíssima aldeia, onde passei a lecionar inglês. Durante os vinte anos precedentes, havia sido advogado, administrador de fazenda agrícola e não sei quantas coisas mais, aliás com muito pouco êxito.

    Aos quarenta e cinco anos, assim exilado e só, eis que explode o que se convencionou chamar minha mediunidade. E surgiram minhas primeiras mensagens espirituais, já editadas em São Paulo e conhecidas de muitos. Iniciei, assim, o terceiro período de minha vida, o de escritor. No curso de vinte anos, já escrevi mais de três mil páginas, isto é, os primeiros dez volumes de uma obra que atingirá aproximadamente quatro mil páginas, ou sejam doze volumes, que já vão surgindo pelo mundo inteiro, fato miraculoso para mim que não era escritor, nem tivera outra preparação além da dor. É ao término desse terceiro período que me apresento diante de vós, amigos brasileiros, para iniciar a quarta e conclusiva fase de minha vida, de caráter público, em que se cumpre o meu destino e termina a missão para a qual nasci. Exponho-vos tudo isso com a máxima simplicidade, pedindo-vos excusas se, para fazer-me compreendido, sou constrangido a falar tão insistentemente de mim mesmo, o que noutras circunstâncias jamais faria. Do que irá acontecer neste último período, o quarto de minha vida, vós mesmos sereis testemunhas e, creio, também companheiros porque, segundo penso, ele se desenvolverá em vossa terra, que sinto haver sido escolhida por Deus para esta nova realização.

    Antes, porém, de vos apresentar o programa do trabalho que me espera, devo explicar-vos o sentido do meu terceiro e precedente período, que é preparação do atual. Como disse na introdução do volume “Problemas do Futuro”, o que vivi nesse período, que se estende dos quarenta e cinco aos sessenta e cinco anos, minha idade atual, pode ser apreciado sob três aspectos, a saber:

1) Minha maturação espiritual;
2) O trabalho escrito que se seguiu, isto é, os volumes publicados;
3) O paralelo desenvolvimento do atual momento histórico.

    Examinemo-los começando pelo primeiro aspecto.
1) Minha maturação espiritual.
As mensagens espirituais ( Grandes Mensagens ), haviam aparecido sob forma simplesmente mediúnica. E assim também “A Grande Síntese”, surgida logo depois. Fui qualificado de médium. Mais tarde, porém, sobreveio-me a explicação. Certamente eu não era e jamais fui um médium de efeitos físicos. Demais, tratava-se de mediunidade exclusivamente conceitual que em mim se opera e sempre operou inteiramente sem transe. Comecei então a definir minha mediunidade como inspirativa e consciente. Em meu terceiro volume - “As Noúres”, já editado em Buenos Aires, expliquei o fenômeno que eu mesmo observava enquanto ele se realizava. Para explicar melhor a transformação desse fenômeno, paralelamente à minha contínua evolução espiritual, reporto-me à pagina 268 do meu nono volume - “Ascenções Humanas” - agora publicado em Roma e já chegado ao Brasil. Na conclusão daquele volume, eu digo:

    “É natural que o processo evolutivo tenda a modificar em mim o método da registração conceitual. Enquanto que em meus primeiros escritos como “Grandes Mensagens” e “A Grande Síntese” se tratava de recepção direta, por via procedente de uma fonte de pensamento da qual eu não passava de mero instrumento, embora em plena consciência, isto é, de um pensamento já formulado ( jamais mediunidade passiva através de transe ), agora que me apropriei com o desenvolvimento da técnica peculiar ao método intuitivo, além do recebimento da onda telepática, ocorre a livre observação da substância das coisas, pela leitura do pensamento orientador dos fenômenos por visão direta, graças a uma nova percepção interior dos conceitos que presidem ao funcionamento orgânico do todo. Por isso, os quadros descritos nos últimos volumes de minha obra não devem ser levados à conta de inspiração, mas de visões, das quais simplesmente descrevo as minhas observações captadas no supersensório. Assim se explica o motivo porque a linguagem de meus primeiros escritos - porque não é minha, mas de ordem transcedental - não é a linguagem racionalista dos últimos, dando a impressão de que a segunda parte, a mais recente, de minhas produções, nada mais seja do que uma explicação racional da primeira. Não. Nenhum de meus escritos é produto pessoal, ou seja, criação da minha mente. Apenas ampliou-se e aperfeiçoou-se o meu meio de percepção. Se antes eu era instrumento, agora sou expectador, e na maioria das vezes, observador; nunca, porém, criador de tal obra que é de Deus e só de Deus.”

    Aquilo, pois, que a princípio era mediunidade, se transformou em um método regular de indagação. Contrapondo-o ao método racional-objetivo-experimental da ciência, denominei-o de método de intuição. O que era, a princípio, pura recepção inspirativa sem finalidade definida, transformou-se na investidura da missão de pregar o Evangelho no mundo, depois de have-lo explicado nos livros, sob forma racional e científica, de modo a que se tornasse acessível à mentalidade moderna e, sob forma utilitária, para que todos compreendessem a vantagem de segui- lo. Tudo isso obedece ao propósito de trazer a minha contribuição para o despertar da nova civilização do espírito, que espero praza ao Brasil iniciar. Com essa finalidade, são abordados em meus livros não só os problemas morais e sociais, mas também os filosóficos e científicos que proporcionarão ao homem uma doutrina completa, enquadrada em um plano orgânico do universo.

    O que ocorreu comigo foi, a princípio, um fenômeno inspirativo, mas agora se vê a que limites chegou o seu desenvolvimento. Ele foi atingir a fundo a ciência, até nas últimas intuições físico-matemáticas de Einstein, com as quais está em relação, bem como as de Fermi, de Chicago, com quem me correspondi. Os conhecimentos derivados dessa deslocação do fenômeno poderão, se prouver a Deus, representar um novo impulso dado à vida social do mundo, começando pelo Brasil.

    Reporto-me, a propósito, a um trecho do capítulo - “A Minha Posição”- , do quarto volume - “Ascese Mística”:

    “Há certos movimentos que um só homem não pode executar, ainda que com heroísmo e martírio. Todavia, eles estão na hora histórica, no sangue dos povos, nos equilíbrios da civilização. São essas as forças que tudo operam e que, se lhes aprouver, lançam esse homem além de sua própria vontade, até onde ele não imaginava chegar, como um expoente que poderá parecer alto mas que, substancialmente, pode ser insignificante... O valor da idéia que desenvolvi e sempre segui não pode ser desmentido. E por si só oferece sempre garantias. Por detrás dela estão as forças do infinito que, primeiramente, me joeiraram a valer. Agora, segundo verifico, desenvolvem-se com método e lógica... Faço, de uma vez para sempre, e peremptoriamente, esta advertência: Não atribuais a mim nada do que de bom eu puder fazer. O que há de bom não é meu; esta é a verdade. Atribuí-me, pelo contrário, todos os defeitos, as fraquezas, os erros por ventura existentes em meu trabalho. Tudo isso, sim, é verdadeiramente meu.”

    Quem tiver lido as composições “Paixão” e “Ressurreição”, terá compreendido que há vinte anos, no período das “Grandes Mensagens”, houve um colóquio entre a minha alma e Deus, com solenes compromissos que se não podem renegar. Isso ocorreu no período inicial da obra. As promessas se repetiram e confirmaram por ocasião do voto de pobreza, feito poucos anos depois. Agora, foram solenemente ratificados, no início do último período de minha missão, faz poucos meses, nesta Páscoa de 1951.

    Como se vê, a minha posição é muito complexa. Foi-me dada uma mediunidade de inspiração que para mim representou uma auto-disciplina espiritual e que vem a tornar-se método intuitivo para a pesquisa científica; há solenes compromissos espirituais de minha parte para com Deus, os quais culminam no desempenho de uma missão; há previsões de acontecimentos que se verificam exatamente, como se infere do capítulo XVIII - Comentários e Previsões - do 7° volume, “A Nova Civilização do Terceiro Milênio”; há previsões -anunciadas precisamente dezoito anos antes - das últimas descobertas físico-matemáticas completadas no ano passado por Einstein, segundo está explicado no artigo “O caso Grande Síntese e a nova teoria de Einstein”, publicado no n° 4 de abril de 1950, da revista “Estudos Psiquicos”. Há uma obra distribuída em doze volumes, com cerca de quatro mil páginas, escrita sem outra preparação além da dor, sem lhe traçar o plano nem prever o êxito, divulgada sem meios em todo o mundo, e elaborada por um escritor desconhecido e inexperiente. Muitos se porão a rir destas coisas. São, porém, fatos, e fatos não se discutem; ao contrário; podem fazer pensar muito.

    Tente qualquer um fazer outro tanto, e isso sob uma tempestade de dor, atormentado pela necessidade de trabalhar em outros setores para ganhar a vida, lutando contra as resistências dos editores em não dar publicidade à obra, embaraçado e traído em seu trabalho, com o tempo tomado por uma correspondência contínua com o mundo inteiro, afligido por desgostos familiares, vergado ao peso das necessidades materiais, enquanto lhe destruíam todos os bens e isso sob o flagelo de uma guerra terrível que lhe vitimou o filho, seu único arrimo. Tente qualquer um fazer tudo sozinho e verá que, sem um milagre de Deus, pouco poderá realizar.

    O fenômeno é complexo, porque implica todo ele um plano de vida moral em que deve completar-se a realização de um Evangelho experimental, isto é, vivido, porque só assim ele pode ser explicado aos outros, induzindo-os a viverem-no também. Reporto-me, a propósito, a um trecho da “introdução” ao 8° volume, “ Problemas do Futuro”:

    “Os leitores, em geral, crêem que a inspiração represente alguma coisa concedida gratuitamente, quando ela, ao contrário, é exaustivamente conquistada. É necessário procurar e anelar ardentemente, porque Deus não dá senão a quem O procurou e anelou. É indispensável subir pelo próprio esforço para chegar a ouvir; é preciso maturar-se e merecer duramente, para obter resposta. Faz-se mister uma fé resistente, férrea, capaz de vencer todos os obstáculos. E, quando chega a inspiração, é necessário acompanhar-lhe, a todo o custo e em quaisquer condições, a torrente impetuosa, embora aturdido com tantas exigências de um mundo que busca enveredar por caminho diverso. Se se sofre, escreve-se, se se acha estenuado ou enfermo, escreve-se; se se carece de tudo, escreve-se; se se arruinam os interesses materiais e os involvidos arrebatam tudo, não importa, escreve-se; se a casa se esboroa, se o mundo explode, não importa; está-se firme até o último alento e escreve-se. É necessária uma vida inteiramente concentrada em um ponto: registrar esse pensamento que nasce interiormente, com lampejos, turbilhões, ciclones; que grita, canta, arrebata, estonteia; registrar tudo, em seus mínimos detalhes, no poder como na doçura, quer no conceito, quer como paixão; exprimir muitas vezes o inexprimível; abandonar-se ao irresistível e, todavia, controlar-se; viver as teorias expostas; fazer-se campo de experiências e, com as provas que daí se tiram, confirmar a exposição; manter-se em permanente sintonia com a vida elevada, de sacrifício; fazer de tudo isso uma missão para o bem do próximo e vivê-la ardentemente como cumprimento de um destino; levar tudo isso cada vez mais para a frente, abrasado, e não ceder jamais, fiel a Deus até a morte”.

    Reporto-me agora ao fim do capítulo IV - “Um caso vivido” - do mesmo volume, “Problemas do Futuro”, sobre o mesmo assunto:

    “Ao despertar na Terra, assim que cessam as visões, apresenta-se logo a realidade implacável do mundo e, como consolo único para tanto esforço, a dura fisionomia do contingente, a preocupação das necessidades materiais, o desprezo de quem reina naquele plano, em que o mundo é senhor. É necessário ser julgado por ele um louco e ouvi-lo gritar com todo o seu pensamento e seus atos: “Não é verdade!”, para que somente sua sórdida realidade de matéria seja, como ele quer, verdadeira. Então, com o olhar suplicante, ainda deslumbrado pelas visões do espírito, é necessário olhar para as míseras coisas terrenas que disputariam para si a alma toda. Sente-se, então, redobrado o peso pela luta, sua estupidez, porque, superados seus fins seletivos, já não se sente o seu significado. Sofre-se, então, cego e mudo... A hora da graça passou e o céu permanece lá do alto, distante, apagado, inatingível. Tudo parece acabado para sempre. E, contudo, lá no céu se deixou um farrapo sangrento de si mesmo e se arrebatou a voz dos outros mundos de que se foi um pouco cidadão. Isto é uma ponte, um liame, um chamamento. Ressurgirá a ascensão. Será árdua, mas o ser está desesperadamente aferrado a esta batalha, em que ele se tempera e se revela, e em que está a vida. Mastiga-se então com raiva a glória que o mundo desejaria oferecer como recompensa. O destino sopra tremendamente sobre os cumes e por entre as tempestades, se sente a morte. Mas, que importa a dor, se ela cria e vai desaguar no céu? Que importa sofrer? Ocorre criar, e a vida só tem valor enquanto cria. Urge lançar a semente. A cada um confere a vida uma atribuição e ái de quem trair a sua missão! Semear em meio da tempestade para os que virão! Se a dor fustiga é para que o espírito irradie centelhas. Tal o drama. Quem chegou lá em cima, no céu, deve dar tudo de si. Esse prescinde da piedade o faria débil e vil; dispensa a ajuda, porque esta o faria preguiçoso e inepto. Que caminhe taciturno, abatido, solitário, desesperado. É necessário que sofra para que sua alma cante. O trabalho deve ser seu único refúgio; a bondade sua única vindita; a criação sua libertação.”

    Tudo isso fará compreender a complexidade do fenômeno que eu vivo. Em suas últimas fases ele se funde no misticismo. De fato, o tema fundamental, vasado nos últimos volumes, é o da sublimação. Trata-se de uma única maturação biológica ou evolução espiritual, em que os fenômenos de visão mística se conjugam com os de visão científica, pelos quais as aspirações para Deus se ligam à solução de problemas conceituais, até aos einsteinianos, de físico-matemática. Chegamos, assim, a um nível em que religião e ciência se fundem, visto como estamos em plano da unidade. Este tipo de inspiração nada mais é em essência que um transbordamento, por evolução, de consciências espirituais em expansão, nos campos do consciente universal, que normalmente está além do comum consciente humano.

    2) Passemos agora ao exame do segundo aspecto: o trabalho escrito, a série dos volumes, conseqüência de tudo quanto agora dissemos.

     Como se infere do plano geral da obra, divulgado também aqui no Brasil, esta se divide em três trilogias que, com os volumes de introdução e conclusão, constituem uma série de doze volumes. Que significado tem eles?

    A primeira trilogia pode definir-se como o ciclo explosivo, da inspiração. A segunda como o ciclo reflexivo, da assimilação. E a terceira pode definir-se como o ciclo conclusivo, da sublimação.

    Em essência, esses escritos nada mais são do que a narrativa de um drama apocalíptico vivido. Um só é o motivo fundamental de toda a obra: a ascensão de uma alma. O reflexo da situação da humanidade, que se redime pela dor. Há precisamente vinte anos minha pobre pena registrava as seguintes palavras, iniciando a primeira Mensagem do Natal de 1931: "No silêncio da noite sagrada, escuta-me... surge e fala..." E venho falando, já, em dez volumes. E aquela Voz percorreu o mundo.

    Observemos agora os vários volumes.

    O primeiro é uma "introdução", em que estão recolhidas as apreciações, os comentários da imprensa, a questão da condenação ao "Index" de duas obras minhas pela Igreja, contendo ainda as "Mensagens Espirituais" que antecedem "A Grande Síntese".

    O segundo que é o primeiro da primeira trilogia, expõe o plano do universo desde a gênese do mundo até ao homem, com o exame de cuja vida social e moral ele conclui. Já é muito conhecido no Brasil, para que me ocupe dele: "A Grande Síntese."

    O terceiro volume, segundo da trilogia, chama-se "As Noúres", que significa "correntes de pensamento", nome composto de dois elementos gregos. Neste, procurei eu mesmo proceder a um exame sumário do meu fenômeno, baseado no exame do fenômeno inspirativo.

    O quarto volume, terceiro da mesma trilogia, é "Ascese Mística", volume em que a primeira explosão é levada adiante, até ao campo místico. A esta primeira trilogia, fruto das primeiras experiências, impulsivas, irrefletidas, e de caráter explosivo, cheia de espontaneidade, de ímpetos e de ardente paixão da alma que, como em um primeiro amor, desperta no mundo do espírito, segue-se logo a segunda trilogia, de caráter reflexivo, em que também a razão de quem escreve se vai amadurecendo, observando tudo quanto aconteceu, e quer assimilá-lo, dando-se conta disso. À linguagem inspirativa sucede, então, uma linguagem mais calma e objetiva, orientada segundo uma psicologia desejosa de aproximar e fundir os produtos da inspiração com a realidade racional da terra. Certamente, a inspiração subsiste, sempre, inclusive nesta segunda trilogia e, depois, na terceira. Escrevendo, jamais perco o contato com a fonte inspiradora. Mas, aqui, normalizou-se o contato, estabilizou-se a sintonia, regularizou-se a recepção, convertendo-se em um verdadeiro método de pesquisa, o método intuitivo. A registração faz-se contínua, cada vez mais orgânica e consciente. O contato inspirado torna-se comunhão. E assim a mensagem inspirativa começa a objetivar-se numa forma orgânica.

    O primeiro volume da segunda trilogia, o quinto da série, é "História de Um Homem", uma espécie de autobiografia, mas só dos princípios e dos conceitos dominantes em minha vida. Não há personagens, mas tão somente o desenvolvimento de uma idéia vivida através de toda uma vida. Este volume, como os outros, já foi publicado na Itália e agora o será no Brasil, em São Paulo, com a série completa dos doze volumes.

    O segundo volume da segunda trilogia, o sexto da série, é "Fragmentos de Pensamento e de Paixão", já pronto, mas ainda não publicado, nem mesmo na Itália. Consiste numa coletânea de vários artigos meus, dispersos pelo mundo em muitas revistas, e em várias línguas.

    O terceiro volume, o sétimo da série, é "A Nova Civilização do Terceiro Milênio", que em breve se publicará também no Brasil. É de caráter prático, econômico-social, uma contribuição para a nova civilização do 3° milênio, em prol de cuja instauração esperamos poder dar o primeiro passo aqui no Brasil.

    Chegamos, assim, à terceira trilogia, em que se acentuam cada vez mais a maturação e a profundidade dos temas tratados, para se concluir todo o processo na sublimação. Ingressa-se desse modo, em definitivo, no misticismo, levando mais para diante, sob aspectos mais conscientes e analíticos, a primeira explosão mística do volume "Ascese Mística", aparecido como o último da primeira trilogia. Paralelamente, o aperfeiçoamento do método intuitivo permite, a quem descreve, penetrar, aprofundar e resolver as últimas conclusões da ciência, especialmente no campo físico-matemático. Esta última trilogia aperfeiçoa, pois, e eleva as precedentes, fazendo-o através de duas vias: a da inteligência ( a ciência ) e a do coração ( misticismo ). Desse modo, ciência e misticismo, inteligência e coração, são os trilhos através dos quais ascende a obra.

    A terceira trilogia inicia-se, assim, com o primeiro termo, que se divide em dois volumes - "Problemas do Futuro", que é o oitavo livro da série, de caráter científico, e "Ascenções Humanas", que é o nono, de caráter místico.

    O segundo termo da terceira trilogia é representado pelo volume, "Deus e Universo", terminado em fevereiro deste ano, em Gubbio em dezessete noitadas. Aproveitei-me de alguns dias de faltas escolares, motivadas por ligeira doença que, elevando com a febre a minha temperatura, facilitava a elevação de potencial magnético necessário para obter a visão. Aqui já não se trata de inspiração, ainda que consciente, mas de visões que o escritor alcança, contempla e descreve; visões, naturalmente, de caráter conceitual e abstrato. Nesse volume ainda prossegue e se desenvolve o trabalho de intelecto que, ultrapassando a ciência já examinada, enfrenta e resolve, agora, por visão, os últimos problemas do ser, no seio de Deus. Estamos, pois, além da ciência, sobre um terreno teológico, mas tornando racionalmente inteligível na solução dos mistérios.

    Resta-me compor apenas o décimo primeiro volume, que fecha a terceira trilogia e, finalmente, o décimo segundo, intitulado "Cristo", com o qual se concluirá toda a obra. Representará este a última síntese, para mim atingível, em meu atual trânsito pela terra. Em "Ascese Mística", capítulo III, 2° parte - "Dor", - eu já disse: "Preparo-me para a derradeira pausa, na qual Cristo, que já se avizinha, me espera e, além de uma nova e grande dor, de que me torne digno, romperá o sigilo interior da devoção e do amor. Tenho perambulado através da vida, caindo e levantando. Tenho percorrido, através de meus escritos, uma longa senda de trabalho e de fé. Muitas etapas tenho superado; meu pensamento se desenvolveu através de muitos conceitos; minha paixão amadureceu através de tanto sofrer. No termo de tão penoso labor da mente e do coração, após tanto escrever, não restará mais que uma só palavra: Cristo. Diante desta palavra, que é a síntese suprema do conhecimento e do amor, eu me inclinarei, saciado e feliz, para morrer. Saciado, como quem encontrou, além de todas as humanas ilusões, a felicidade absoluta; feliz, como quem descobriu, além de todas as dores humanas, a sua suprema alegria."

    Como se vê, é toda uma vida, uma obra e uma missão que convergem para esta culminância: Cristo. Este último volume, cujo conteúdo sequer posso ainda imaginar, já lançou seus germens no volume "Deus e Universo", ora concluído. Aí já começa a se delinear, como um pressentimento, a figura e o tremendo problema do Cristo. Hoje, porém, ainda não sei. São-me necessárias novas experiências, talvez novas dores para chegar àquelas culminâncias, para as quais ainda não me sinto amadurecido. Meu último trabalho é hoje o décimo volume: "Deus e Universo", no qual, em uma visão ainda mais vasta, está compreendida e enquadrada "A Grande Síntese". Ela parte da gênese do mundo para chegar ao homem e, porque esteja em função deste, se limita à compreensão de nosso universo. Em meu último volume, as visões contemplam Deus, antes da gênese, indo até a solução última do problema do ser quando, no fim do espaço e do tempo, houver a criação chegado as suas metas.

    E assim ascendendo, tudo se dilata e se torna cada vez mais potente. Conclue-se desse modo a obra escrita, para se desdobrar em uma nova obra, de caráter diverso, em que a primitiva inspiração, tornada método da intuição, para a indagação científica, e misticismo, para a sublimação do ser, pelas vias do coração, assume na terra forma concreta de missão. Ela representa o último período de minha vida; foi-me confirmada em Assis, na última Páscoa e se inicia agora no mundo, na vossa terra, que é o Brasil. Este é meu último trabalho; a conclusão da obra, para cuja execução nasci. Cristo é o seu inspirador, o seu centro, a sua meta.

    3) Consideramos, assim, os dois primeiros aspectos que nos propusemos examinar: 1° a minha maturação espiritual, 2° a elaboração dos volumes que contêm a doutrina. Resta-nos agora observar o 3°: o paralelo desenvolvimento do atual momento histórico.

    Começo hoje a me convencer de que o plano, segundo o qual eu, sem o saber, fui guiado, contém uma última fase. Meus livros que, por assim dizer, me caíram do céu, contêm a exposição de uma completa doutrina do espírito, abrangendo tudo, e estendendo-se a todos os campos, até ao das últimas descobertas físico-matemáticas. Já o demonstrei amplamente, e estou persuadido de que aquilo que denominados destino corresponde a uma força inteligente que tudo coordena, com vistas a determinados fins. Não posso, pois, admitir que tanto trabalho, desejado não só por mim, mas por Deus, possa permanecer assim mutilado, sem se completar pela realização das finalidades que por certo encerra. Os dozes volumes não podem ter nascido mortos, e devem crescer e viver. Devo assistir agora, à sua divulgação, já iniciada no mundo; devo prover o crescimento destas criaturas minhas, que eu amo como a filhos e nas quais tenho deposto minha alma.

    Eis que a Providência me abre, par-em-par, as portas de vosso grande país. Pequeno e sem meios, como sou, não podia, certamente, preparar estas coisas. Devo obedecer a Deus, que me aponta esta estrada, e creio seja Sua vontade que eu a siga. Na Páscoa de 1950, ano decisivo em que se iniciou a reascensão do mundo, a Voz me disse: "Vai. É chegada a hora. É a hora em que se completa a tua missão. Vai. Ou agora, ou nunca mais."

    Tenho igualmente estudado as condições do mundo atual. Ele se encontra na derrocada extrema do materialismo. Mas, precisamente por isso, inicia-se hoje a onda ascensional. Ela começou, embora o tenha sido a partir, apenas, de 1950. Somente no ano 2000 despontará, para depois galgar o pináculo dos séculos, o sol do novo milênio que será uma nova civilização. Teremos agora cinqüenta anos de lento alvorecer. Cristo ressuscitou na aurora do terceiro dia, para indicar-nos que, segundo o mesmo ritmo, o mundo ressurgirá, pelo espírito, na aurora do 3° milênio. E dela já nos avizinhamos. Durante esses cinqüenta anos, teremos cataclismos mundiais de apocalípticas destruições, que prepararão a renovação. A primeira das "Grandes Mensagens", datada do Natal de 1931, já nos falou claramente: "Necessária será a destruição. Será, no entanto, destruição somente do que é forma, incrustação, cristalização, de tudo quando deve ruir, para que permaneça apenas o conceito em que se consubstancia o valor das coisas. Necessário se faz grande batismo de dor, para que a humanidade restabeleça o equilíbrio expontaneamente violado. Grande mal; condição, todavia, de um bem maior. Depois, a humanidade purificada, aliviada, mais selecionada por haver se livrado de seus piores elementos, reunir-se-á em torno dos desconhecidos, que hoje sofrem e em silêncio semeiam e, renovada, retomará o caminho ascensional. Começará uma nova era em que dominará o espírito e não mais a matéria, então reduzida à servidão."

    Tenho observado as leis da evolução, e outros paralelos e semelhantes momentos históricos, e constatado que essas palavras são verdadeiras, até sob o ponto de vista racional. A história do mundo passa hoje por uma grande curva, e aquele que isso compreendeu tem o grande dever de dar tudo quanto pode e quanto possui, para preparar um mundo novo e melhor. Talvez se desloque agora o centro da civilização da mãe Europa para seus filhos, as Américas. Vós sois jovens, ricos de espaço e energia. A vós espera o futuro. Mas, a Europa foi e é, até hoje, o cérebro do mundo. E eu, da Europa, da qual sou filho, vos trago minha pequena contribuição. Nasci a quinze quilômetros de Assis. Aí vivi oito anos e, em Roma, vivi outro tanto. Sou latino, como vós, e vos trago o eco da nossa madre civilização latina, que nos vincula.

    Agora que vos expliquei qual a minha preparação antes de aqui chegar e me colocar entre vós, observemos qual o trabalho que aqui nos aguarda. O código da nova civilização do espírito não pode ser senão o Evangelho. Exposição propositadamente simples, para tornar-se compreensível aos simples, ele contém a mais profunda sabedoria e a chave para a solução de todos os problemas do ser. O Evangelho, se compreendido e sobretudo vivido, pode renovar o mundo, transformando-o de inferno em paraíso. É para operarmos essa transformação - vós e eu - que vim ao Brasil. Para isso, eu quis, primeiramente, experimentar o Evangelho em minha vida. Posso, assim, falar-vos com conhecimento direto de um Evangelho experimental, que jamais faltou às suas palavras. Posso expor-vos um Evangelho racionalmente demonstrado; um Evangelho sobretudo utilitário, cuja observância é de nosso interesse e constitui nossa melhor aquisição. Bem sei que a vida é utilitária e, como tal, visa a um melhoramento depois de cada esforço. E o Evangelho não é absolutamente contrário à vida. Uma vez seguido, ele proporciona, positivamente, esse melhoramento.

    Para atingir aquilo que constitui nosso escopo, empenhei-me em seguir também as vias da ciência, para igualmente enfrentar a alta filosofia, como a físico-matemática, nos mais elevados ambientes culturais da Europa, diante dos quais procurei sustentar estes princípios, demonstrando um novo espiritualismo, em dia com as últimas descobertas físico-matemáticas, portanto, encouraçado e forte para poder vencer o materialismo com suas próprias armas e em seu reduto científico-racional. Mas, hoje, quero aqui falar-vos a linguagem mais simples e direta: a linguagem do coração. Passando pelo Rio de Janeiro, vi o Cristo Redentor abrir-me os braços. Aquela grande imagem é o símbolo de vossa concepção da vida. É o maior símbolo que há sobre a terra: o Amor. Não venho aqui carregado de cultura para me exibir. Creio mais no amor, que na sapiência. Deverei servir-me desta, onde for necessário, mas prefiro sempre a bondade dos simples.

    Falei-vos, sinceramente, do trabalho executado. O que está por executar vê-lo-ei melhor, à medida que ele surgir diante de mim. No passado, jamais arquitetei planos antecipados, e jamais assumi a direção de qualquer trabalho meu, tudo esperando de Deus. Certamente, já não tenho a força física dos jovens; meu espírito, porém, é um incêndio, e minha paixão pelo bem me sustentará através de todo esforço. Pouco a pouco, nós nos conheceremos melhor. Quanto a mim, devo também aprender muito convosco. Relatei-vos hoje o mais que pude, de mim mesmo. Pode acontecer que alguém não o aprove, ou seja de opinião diversa. Devo, então, declarar que jamais faço polêmica; que no meu método de trabalho jamais entra o propósito de impor uma idéia. Aquele que, desaprovando meu método de trabalho, quisesse agredir, para embaraçá-lo, nada mais poderia fazer que abrir-lhe os braços, como o Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Tal o meu método de luta, e não sei proceder de outro modo...

    O Evangelho que vos indico não nos encerra em nenhum departamento humano, e respeita todas as divisões. Cada qual pode permanecer na sua. Uma só coisa urge hoje, para reconstruir o mundo: não as teorias ou filosofias que dividem; não a discussão, mas o viver, e viver o Evangelho. Nossos princípios são "imparcialidade" e "universalidade". Vede; venho à vossa terra, só, numa demonstração de que não tenho nenhum partido, nenhuma religião particular, nenhum grupo humano por detrás de mim, que eu represente e em cujo nome e interesse eu trabalhe. Venho só, em nome de Cristo para dar-vos a Sua Paz, a Sua Alegria. Posso orientar-vos acerca de como alcançá-las, pois eu mesmo as tenho alcançado, e vos falo de coisas realizadas, reais, que aconteceram comigo. Embora eu pareça um idealista, sou prático e concreto; conheço o homem, suas necessidades e suas dores. Tenho uma grande paixão pelo bem, uma extrema necessidade de amar na forma mais espiritual e universal, como Cristo nos ensinou e espera de nós. Portanto, jamais me apresentaria diante de vós para fazer propaganda no sentido humano e particular. Não vos direi: mudai vossas posições terrenas. Dir-vos-ei apenas: vivei-as honestamente, isto é, mudai vossas posições interiores, o comportamento espiritual que as dirige e lograreis a conquista de muitas alegrias novas.

    Concluo com as palavras com que "A Grande Síntese" - faz já quase 20 anos - traçava todo o programa, o mesmo que vos expus e que seguirei. Diz aquele livro, no capítulo 42:

    "Tenho por meta a compreensão de uma lei mais elevada, de amor e colaboração, que a todos vos una em um vasto organismo animado por uma nova consciência unitária e universal. Não se trata fundamentalmente, de uma sabedoria nova, mas apenas da Boa-Nova que há milênios já foi trazida aos homens de boa vontade; reproduzo-a toda, idêntica na substância, mas ampliada, para se ajustar ao campo mais vasto de vossa mente mais amadurecida, para que finalmente vos abale, vos ilumine, vos salve. Eis o meu objetivo: a palavra eterna, a alimentação que satisfaz, a solução de todos os problemas; a grande síntese..." "Mostrar-vos-ei não haver caminho que ao Evangelho não conduza, para impô-lo a todo ser racional, tornando-o obrigatório, como o é todo processo lógico. Ele representa a nova lei super-humana, a vitória biológica imposta pela evolução da humanidade, neste momento histórico em que está para surgir a nova civilização do III milênio. É chegada a hora em que estes conceitos, até agora esquecidos, pregados e não vividos, impor-se-ão por força própria, no momento decisivo da vida no mundo, do campo exclusivista das religiões, na vida onde luta o interesse, a dor sangra e a paixão arrasta".

    Meus caros amigos! Faz poucos séculos, um homem de vossa raça, Cristóvão Colombo, atravessando pela primeira vez o Atlântico, descobriu a América, na qual surgiu um novo mundo. Do mesmo modo, nós nos preparamos hoje para descobrir os novos continentes do espírito, de onde despontará uma nova civilização para o mundo. Guiar o homem para essa descobertas, será a maior contribuição - penso eu - que hoje se possa trazer para melhorá-lo e, assim, torná-lo mais feliz do que o é. É certo que a solução dos problemas materiais representa grande coisa; mas isso que, aliás, é a única preocupação do mundo atual, não basta para tornar o homem feliz. Sem disciplina moral, compreendida e vivida, não pode haver satisfação nem é possível uma vida social sadia. Na vida prática, o Evangelho é ainda um continente inexplorado. Devemos descobrí-lo. E será uma descoberta prática, porque utilitária em seus resultados, de vez que facilitará a convivência humana, ou seja, o coletivismo da vida em sua tendência atual; utilitária, porque corresponde ao natural desejo humano de se melhorar. Trata-se de idéias matrizes, extremamente genéticas, porque representam uma centelha criadora do pensamento. Elas já estão inscritas no livro da vida e a sua expansão faz parte do plano divino. Por isso, tenho a certeza de que terão o poder de gerar a civilização do espírito, a nova civilização do III milênio.


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